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Dados Biográficos

Marien Calixte nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 20/10/1936, filho de Marien Calixte e Euthália Fogos Marien. Fez seus estudos na Academia de Comércio de Vitória, Colégio São Vicente de Paulo e Escola Comercial Domingos Martins. Desenvolveu sua atividade jornalística no Espírito Santo, onde está radicado desde os dez anos de idade. É considerado o mais versátil multimídia do Estado. Jornalista, radialista, escritor, pintor, especialista em jazz e produtor cultural. Também contista, é um dos pioneiros da ficção científica no Estado, com livro editado na área. Foi diretor de redação dos principais jornais de Vitória. Também correspondente do Jornal do Brasil, O Cruzeiro, Visão, O Jornal, Veja, Portos e Navios. Criou em 1058, na Rádio Espírito Santo, o programa “O Som do Jazz”, que ainda continua no ar, recordista brasileiro. Sobre sua poesia, Carlos Nejar disse o seguinte: "A arte de haikai de Marien Calixte junta-se à tradição do Oriente, que tem mestres da altura de Bashô." Per
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Alma de Lua

Gosto de ti com esse teu olhar de suspeita, gosto da tua voz, do tom de ironia quando me dizes “eu te amo”. Sem me arrepender de qualquer instante, gosto de ti, dessa tua alma de lua: nova, crescente, cheia, minguante.

Exílio

Para agradar meu coração chove toda essa noite. Primavera sem estrelas inunda o jardim. Aos telhados sobe o perfume do manacá. Quando chove tudo se torna exílio.

Branco Amor

Para onde vai o vento vai branca cortina gravita grávida branca lua branco linho acolhe margaridas brancas branco tecido sorve branco licor branca nuca submissa acata brancos caminhos branca pele oleosa exalta lavanda leitosa língua lança fere sangra ardilosa vulva uiva gane boca voraz sorve turvo gesso branco outono denuncia branca noite branco amor em desalinho branco sopro sopra açoita tece sacia.

Esta Capa de Livro

Diz-me que o seu amor é como esta capa de livro em duas cores dividida sobre papel grosso e liso, um lado branco, outro negro, nuvens aladas sobrepostas o nome do autor autopsiado: Albert cá Camus lá. Diz-me que o seu amor é como esta capa de livro, consentindo ou recusando estamos em desabrigo. À porta da livraria que se fecha seguimos a capa do livro: o Avesso e o Direito, qual parte alcançar?

Dança

Vago o ritmo, frouxo o passo, nem dois pra lá, nem dois pra lugar algum. Sob a ameaça da solidão, em abandono, dançavam sem consentimento, sem arrependimento. A música vinha do dia anterior, de um antigo abril, de uma vaga dor e necessidade. Luar não havia.

Cais

Gostaria de sair contigo pela beira do cais, mãos dadas, despreocupadamente, apreciar a tarde, as formas dos navios, as cores do dia, as palavras mais simples. (Vez e outra um silêncio). Gostaria de contigo repetir os gestos, chutar as pedra se vê-las cair ao mar. Gritar seu nome, chamando a atenção do vento.